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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Rá. Tô viva.

Vocês já estavam pensando que isso aqui era blog póstumo, admitam. Afinal, a pessoa escreve um post sobre depressão e some por mais de um mês. Não se sintam mórbidos, eu também desconfiaria, acreditem.

Aí que o motivo do sumiço é absolutamente o contrário. No exato dia seguinte  ao último post, tive a notícia que esperava a mais de um ano: é, vem pimpolho por ae. Tô calorenta, tô mau humorada, tô grávida. Sim, são todos sinônimos.

Depois de um início super atribulado, acho que a vida tá voltando aos pouquinhos ao normal. Ao menos consigo ficar na frente do pc e escrever por mais de 15 minutos seguidos sem vomitar (olha quanta delicadeza).

Não se preocupem. Esse aqui continuará sendo o mesmo blog de sempre, com os mesmos assuntos aleatórios de sempre.
Baby assuntos estarão aqui: Diário de um Gergelim , sendo o primeiro post com oferecimento do pai babão.

Já já retornamos com nossa programação normal!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Só não solta da minha mão

Um dia, um médico muito querido sentenciou a frase: "se você não fosse tão inteligente, não seria depressiva".

Eu tinha 20 anos e havia passado os últimos 3 dias sem tomar banho, sem comer, levantar da cama ou falar com alguém.
Ironia ouvir isso, não? Meu cabelo mal se movia de tanta oleosidade, pesava 45kg (cerca de 30kg a menos de hoje), e já havia parado de menstruar pelo peso baixo. Alguém "tão inteligente" deveria saber que é preciso se alimentar direito, tomar banho, vestir uma roupa bonita e encontrar os amigos para deixar a tristeza de lado.
Só que nada é tão fácil assim.
Tudo começa aos poucos.

Um dia, você se sente um pouco triste. A vida parece parada, você sente vontade de chorar e as conversas com amigos, que eram tão animadas, não te interessam mais.
Então você vai pra casa, se enfia embaixo do chuveiro e chora, chora, chora... aproveita que o barulho da água caindo abafa o som e ninguém sabe o que acontece.
Em um outro dia, você acorda e lembra que precisa ir pra faculdade. Mas aquela aula que antes era tão interessante, perde a graça. Então você decide que é melhor ficar em casa dessa vez, e não precisar encontrar amigos que te convidam pra ir pro bar.
Na semana seguinte, alguém te pergunta porque você anda faltando tanto, se sabe qual é o conteúdo da prova daquele dia, e porque a sua blusa parece um pijama.
Mais alguns dias e você decide que chega!, é hora de tentar voltar pra vida normal. Então finalmente aceita o convite de uma amiga, toma banho, se veste, e até passa um batom. Mas precisa descer do ônibus para sentar no meio fio e chorar porque não lembra qual é o caminho para a casa dela.
Então você desiste.

Volta pra casa, põe o pijama que usou pra ir pra faculdade, deita na cama e tenta chorar. Só que não sai. Não sai mais nada. Você não chora mais, não se desespera, não acha que sua vida é uma droga. Você simplesmente deita e espera. Espera que a vida passe e deixe de doer.

E então, depois daqueles três dias, alguém invade seu quarto e te arrasta para o médico.
Ele olha pra você, te examina, faz perguntas doloridas...e já sabe.
Sim, você é depressiva. Não, você não está com depressão.

A diferença entre o ser e o estar é a grande incógnita para resto do mundo.
Porque é o maior dos clichês, mas só quem já passou por isso sabe como é. Sabe como a vida é mais difícil para quem tem depressão. Sabe como, para nós, a vida dói mais.

Quem tem depressão analisa todos os aspectos. Vira, revira, pensa e repensa. Deixa de lado, diz que não vai mais pensar... e cinco minutos está lá, remoendo mais uma vez.
Quem tem depressão sabe que os momentos ruins passam e um dia o sol aparece. Mas o depressivo se agarra na certeza que um dia o sol vai desaparecer, e aquela dor vai voltar.

Minha família sabe que eu tenho depressão.
Minha mãe e meu noivo entendem. Ela, porque também sofre desse mal. Ele, porque é nada menos que uma alma iluminada e consegue ver dentro de mim.
Meu pai e minha irmã ignoram. Ele, porque apesar de me amar, simplesmente ignora qualquer situação mais grave que aconteça. Ela, porque simplesmente acredita que seja teatro, tentativa de chamar a atenção, fraqueza.

Muito já me revoltei, briguei, sofri e chorei por aqueles que não crêem. Quando essas pessoas estão no círculo que deveria te apoiar, dói mais. Tentei conversar, explicar, mostrei laudos médicos, imprimi estudos clínicos, dei as bulas dos remédios para ler. Quando alguém decide que é melhor não entender o outro, aprendi que é menos doloroso e frustrante deixá-los na ignorância. Um dia, quem sabe, a vida trate de fazê-los entender.

Hoje, se passaram sete anos da descoberta da depressão.
Tive muitos outros episódios nesse tempo. Alguns fortes e destruidores, outros mais discretos.
Eu vivo na certeza que um dia as nuvens vão voltar. A cada dia que acordo e não sinto vontade de levantar, fico analisando se é apenas preguiça matinal ou ela me rondando outra vez.
A cada vez que vejo um animal abandonado e sinto vontade de chorar, mais uma vez páro e penso se é a depressão, ou apenas esse meu coração mole demais.

Viver com depressão é estar alerta que ela pode atacar a qualquer momento.
Viver com depressão é ter a consciência que tudo dói.
Que a vida dói.

Mas enquanto houver a possibilidade de um outro dia de sol... eu vou continuar.
Enquanto houver alguém ao meu lado que eu possa pedir pra não soltar da minha mão.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Das escolhas erradas e caminhos certos

A vida é complicada e a gente sabe tão bem.

Que às vezes cansa.
às vezes dá voltas, voltas e mais voltas... sem sair do lugar.
às vezes pára, e é difícil acreditar que um dia vai sair disso.

Mas aí, num dia de céu azul e sem nuvens qualquer... aparece uma luzinha bem, bem pequena, apagada e quase imperceptível lá no fim do túnel.
E as coisas começam a andar... lentamente.

As reticências vão ficando pra trás, as vírgulas também, e até os parênteses resolvem sair do caminho.

É, um dia as coisas andam.
Devagar.
Mas andam.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Porque dá pra amar sem dizer

Quando o tempo na ampulheta acaba, sempre restam alguns grãos de areia na parte superior. É como se um restinho de tempo não quisesse correr. Claro que isso é apenas reflexo de alguma relação de estática e movimento no vidro.
Mas como meu ofício é escrever, e não entender leis de física, minha mente gira e voa pensando nos pequenos grãos agarrados ao vidro.


Nos meus poucos anos de vida, o tempo sempre foi bem generoso. Mas assim como a todos, a mim também pareceu que os momentos bons corriam como areia fina entre meus dedos, enquanto que as horas ruins me faziam crer que todos os relógios do mundo haviam quebrado.

Agora, sozinha nessa cama tão fria, os ponteiros e areias congelaram.
Mais tarde, quando minha pele encontrar os lábios dele nesses mesmos lençóis tão acolhedores, as horas vão voar…

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Baile de Máscaras

Aí você vai numa balada gay. "Dã, grande novidade", você diz.
Mas não é qualquer balada gay.
É a balada mais gay que você jamais foi na vida. Onde você é uma das únicas 6 mulheres do local. Possivelmente, a única hetero.


Contra todas as circunstâncias, um cara dá em cima de você.
Não só um cara. Muito provavelmente, o único cara hetero do lugar.
Não somente um cara hetero, como bonito. BEM bonito e gostoso.
Ele não só dá em cima, ele te agarra pela cintura e fala no seu ouvido.

Qual a sua reação?
a) aproveita e, como boa mocinha comprometida mas não morta que é, dá um sorrisinho e uma agarradinha no bumbum.
b) acha aquilo um absurdo, onde já se viu, e essa aliança enorme no meu dedo?
c) entra em choque com a situação, trava e não escuta uma mísera palavra do que ele disse. Se amaldiçoa pelo resto da festa e o dia seguinte também.

Se você me conhece, sabe que minha reação foi a C, com a doce ilusão de ter tido a A.
Ô vida.

sábado, 3 de setembro de 2011

Porquê os quase 30 são melhores que os 20 e poucos

I know i have a fickle heart and a bitterness
And a wandering eye and a heaviness in my head...

- Porquê não preciso mudar para agradar aos outros;
- Consigo ouvir lindas músicas de fossa sem ficar deprimida;
- Não preciso mudar a cor do cabelo toda semana para me sentir bonita;
- Cultivo meus amigos pelo que passamos, não pelo que esperamos passar;
- Sei exatamente o que me agrada: na cama, no prato, na música, no mundo;
- Vontade de piercings é algo que dá e passa mais rápido que se imagina;
- Tatuagens são pra sempre. Graças!;
- Aprendi a mudar de idéia e não me sentir auto-corrompida;
- Aceito estar errada e encaro isso como um crescimento, e não uma depreciação;
- Não tenho vergonha do ridículo... ou ao menos não tanta;
- Não sou melhor que ninguém. Também não sou pior;
- Aceitei: a vida não é do jeito que planejei, mas de outras formas é muito melhor que podia imaginar;
- Ficar sozinha é bom;
- Estar acompanhada de um só é incrível;
- Sou branca e tentar mudar isso só vai me causar um câncer de pele;
- Bons amigos me aceitam do jeito que sou;
- Não tenho medo de expôr minhas opiniões, e paciência se outros não gostam;
- Eu não sou uma boa pessoa. Tampouco sou má, e tá tudo bem no mundo;
- Posso não escrever tão incrivelmente como antes, mas a simplicidade é muito melhor.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Porque vocês precisam entender.
Quando se é assim, como eu, complicada, imperfeita e dedicada, você tem dor de cabeça o dia inteiro e o que faz? Cria um blog. Às 4h30 da manhã.

Porque quando você é assim, como eu, sabe que a dor não é física.
É na alma.

E palavras podem ser mais eficientes que qualquer tarja preta.
Ou ao menos deveriam.