Silêncio.
Mórbido silêncio.
Juro, fiquei estática.
Quem me conhece sabe bem que assuntos sexuais não são nenhum tabu pra mim. Pelo contrário, acho saudável e divertido falar sobre o que faço, os outros fazem, o que eu faria, já fiz, pretendo fazer...
Mas... fetiches? Parei pra pensar. Um bom tempo, diga-se. E olha, cheguei à trágica conclusão que não tenho fetiches.
Ou pelo menos aquilo que entendo como fetiches.
Não há nada absolutamente incomum que me excite.
Podolatria? Brigada, mas tenho preguiça até de cortar as unhas.
BDSM? Até curto, mas nada tão hard e escalafobético assim.
Mènage? Já fiz, faria de novo, mas não é tara.
Lesbianismo? vide anterior.
Chantilly, sorvete, caldas de chocolate? Humm, gostoso. Mas de novo, não é tara.
Ok, sou comum, sou chata, faço tudo certinho
E então, por alguns minutos, fiquei me sentindo o ser mais sexualmente desinteressante da face da Terra. Porquê o cool, o moderno, o in é ser fetichista. É o fazer e acontecer, sexo 7 dias por semana, de preferência mais de uma vez ao dia, se bobear com vários diferentes. E de novo, não julgo quem escolhe essa prática
Mas aí minha
Não preciso de um fetiche para ficar excitada. Não sou refém de um desejo obscuro.
Cada dia sou uma. Hoje posso morrer de tesão por ver a pele bronzeada e suada daquele que amo, depois do trabalho. Logo mais, abrir a geladeira e enxergar com outros olhos o chantilly para a sobremesa. Ou inventar novas formas de usar uma gravata...
Ser aberta a inúmeras experiências não me faz comum.
Me faz somente isso. Ser mais aberta, aceitar novas opções, testar, escolher, desistir... e me divertir. Muito.
Porque qual a graça do sexo senão não saber como será o próximo?
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