sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Você sabe que o relacionamento chegou num ponto irreparável quando você cria a Dança do Polvo Saltitante, que consiste em remexer a bunda o bumbum vestindo uma calcinha de motivos... ãhm... náuticos.

E ele ri e pede Bis.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Não me interrompa quando estou falando sozinha!!

Eu falo sozinha. Pra caralho.
Bato altos papos, filosofo mesmo.
Não que tenha tanto tesão na minha voz (aliás, a acho muito meiguinha e fofa, nada que combine realmente comigo), mas sou assim, fazer o quê.

Não lembro quando essa anomalia começou.
Desde que me entendo por gente, falo sozinha.
Em casa - com direito ao dueto-monólogo com os gatos, fazendo perguntas e respondendo na característica voz-felina - e até mesmo na rua.

Já paguei muito, muito mico falando sozinha.
Você tá lá, de boa, numa rua deserta. Recriando um diálogo com frases mais espertas, sarcásticas e divertidas que as que aconteceram na vida real quem nunca? até que... vira a esquina e pá: alguém vem do outro lado.
Não dá pra disfarçar.
O estranho SABE que você estava falando sozinha. Quando se tem um tom de voz relativamente alto como eu, então.. esquece. Assume o mico, assume que seu rosto ficou vermelho-pimentão, baixa a cabeça e dá uma aceleradinha no passo.

E reza pra não ser nenhum conhecido.

* Exponencialize a vergonha se você decidiu dialogar consigo em outra língua... que obviamente não domina.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Linda ou feia. “Bonitinha” é de matar. Sexy ou sem sal. “Interessante” é de doer.
Amor e Ódio é isso. É preto e branco, fogo e gelo, vermelho-sangue, azul-céu. É festa com música boa, champagne borbulhando em taças de cristal e gente bonita. Amor e Ódio é briga de namorado, com direito a vexame na frente dos vizinhos e lençóis desarrumados duas horas depois.

Mais-ou-menos não excita, não esquenta, não enlouquece. Mais-ou-menos é morno, é dia nublado, garoa no meio da tarde, noite sem estrela. Mais-ou-menos não é nem lá, nem cá.

Uma vida mais ou menos não deixa marca, não apaixona ninguém, vira lápide apagada num cemitério qualquer.
Um pouco de arrogância não mata ninguém. Um tanto de luxúria só alimenta alguém. Sinceridade o tempo todo é chato. Mentira todo segundo é nada.

A vida é toda feita de amores&ódios, intercalados, misturados... E deve ser como uma roda-gigante, aquelas dos parques de diversões da infância: iluminada, brilhante, encantada rodando... momentos calmos lá embaixo, minutos com cheiro de algodão-doce... instantes delirantes lá em cima, segundos com gostinho de céu.

Amor & Ódio são aqueles momentos da vida que fazem valer a pena. Aqueles que ficam gravados na memória como uma fotografia em preto e branco, com pinceladas de cor. Momentos que dão gosto de pimenta às vidas.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Scarlet, eu te entendo

E então leio um tweet de alguma menina questionando porquê tirar fotos nuas. Em resposta, claro, ao hacker que liberou a bundinha da Scarlet Johansson para deleite do mundo.

Inúmeras razões. Algumas o fazem para agradar ao namorado/amante/marido/foda.
Algumas por dinheiro. Outras, simplesmente para despertar a inveja alheia porque ainda há de nascer animalzinho mais invejoso que a mulher. Eu prefiro acreditar que é uma forma de auto-aceitação e apreciação.

Sim, já tirei fotos nuas. Várias.
Algumas boas, algumas ruins, algumas péssimas. Amadoras, semi e profissionais.
Não necessariamente aquelas tiradas por um fotógrafo incrível são as melhores. Claro, o olhar treinado, o conhecimento de luz e sombras... isso conta. Muito.
Mas tirar suas próprias fotos é um exercício sem igual.
Se conhecer, conhecer seu corpo, sua própria sensualidade, entender-se linda, ainda que você não se veja perfeita. Ah, não tem preço.

Porque não importa quão linda uma mulher é. Quantas cantadas recebe por dia, quantos elogios seu amor lhe diz. Somos um bichinho estranho, que desconfia de tudo e de todos... menos de nós mesmas.
Uma mulher reconhece seu valor como namorada.
Sabe quão inteligente é.
Sabe do que é capaz.
Mas não sabe aceitar sua beleza.

Me uso como exemplo. Sim, já disse e repito: sei que sou bonita. Entendo que minha pele clara, meus olhos de cor incomum, meus cabelos bem cuidados agradam. Sei que meus traços gaúchos/europeus levam vários a virarem o pescoço. Mas não, eu não gosto da minha beleza. Não gosto da beleza "perfeitinha", calculada, desejada, óbvia.
Amo o incomum. Um nariz maior que o esperado, olhos fugidios, peles naquele tom improvável.
Não posso brigar contra minha genética... então, aprendi a aceitá-la.
Por anos briguei com o espelho... como tenho certeza que muitas ainda o fazem.

A arte da fotografia erótica ajudou nesse processo.
Foi quando aprendi a ver valor em mim.
No meu nariz minúsculo. Nas pernas longas demais. No olhar que sei, só eu consigo entender.

Ver-se bonita faz parte da beleza de se aceitar mulher.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Mi hijita"

Eu sou a filhinha do papai.
A caçula, a apegada, a cópia feminina dele.

Por mil motivos pouco nobres e desinteressantes, nós nos afastamos. Emocional e, depois, fisicamente.
Doeu, mas me afastei de todas as expectativas românticas e infundadas que todas as meninas têm sobre seu pai, seu primeiro amor.
E é estranho admitir como, com o passar do tempo, com o passar dos anos, comecei não a compreendê-lo... mas aceitá-lo.

Aceitei que certas atitudes nunca mudam.
Aceitei que, não importa o quanto nós desejemos mudar alguém... isso não depende de nós.
Isso não diminuiu meu amor por ele. Mas com certeza o modificou.
Amadurecimento, alguns diriam.

"Pfffe", digo eu. Ao menos em alguns momentos contos de fadas podiam ser reais.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Baile de Máscaras

Aí você vai numa balada gay. "Dã, grande novidade", você diz.
Mas não é qualquer balada gay.
É a balada mais gay que você jamais foi na vida. Onde você é uma das únicas 6 mulheres do local. Possivelmente, a única hetero.


Contra todas as circunstâncias, um cara dá em cima de você.
Não só um cara. Muito provavelmente, o único cara hetero do lugar.
Não somente um cara hetero, como bonito. BEM bonito e gostoso.
Ele não só dá em cima, ele te agarra pela cintura e fala no seu ouvido.

Qual a sua reação?
a) aproveita e, como boa mocinha comprometida mas não morta que é, dá um sorrisinho e uma agarradinha no bumbum.
b) acha aquilo um absurdo, onde já se viu, e essa aliança enorme no meu dedo?
c) entra em choque com a situação, trava e não escuta uma mísera palavra do que ele disse. Se amaldiçoa pelo resto da festa e o dia seguinte também.

Se você me conhece, sabe que minha reação foi a C, com a doce ilusão de ter tido a A.
Ô vida.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Eu não quero que meu filho seja gay

Pois é. Admito. Mea culpa.
Eu não quero que meu filho seja gay. Não, não quero.
Eu não quero que minha filha seja lésbica.
Eu não quero que meu filho seja deficiente.
Eu não quero que meu filho, em qualquer dia da vida dele, caia e rale o joelho.
Eu não quero que minha filha tenha febre ou cólicas.
Eu não quero nunca que meu filho ame alguém e perca.
Eu não quero nunca que minha filha se apaixone por alguém que não sente o mesmo por ela.
Eu não quero que meu filho sofra.

É, eu sei. É inútil. É a vida e muitas coisas que não quero acontecerão.
Nosso mundo não é perfeito e, tenho consciência disso: não haverão tantas mudanças nos próximos 20, 30 anos.

Eu não quero um filho homossexual.
Porque ele sofrerá. Muito.
Da mesma forma como vejo meus amigos, tão queridos, sofrendo. Disfarçando em público, ao saírem com seus amores, fingindo amizade.
Porque eu quero, pro meu filho, a liberdade que tenho hoje, de beijar e abraçar meu amor em qualquer lugar. Ah Brasil, ainda tão atrasado!
Eu sou hetero e não me orgulho.
Assim como não me orgulho de ser mulher, ou de ter olhos claros, ou a pele branca. A genética me fez assim, é como sou. Me resta aceitar e fazer o melhor com isso.
Eu me orgulho do meu caráter, das minhas conquistas, dos meus amigos. Isso sim. Porque nossas atitudes nos moldaram às pessoas que somos, e isso me deixa feliz.

Eu não quero um filho gay.
Porque me dói cada vez que leio uma notícia de ataques a pessoas condenadas pelo crime de andarem de mãos dadas.
Eu não quero que meu filho passe por nada disso.
Eu quero que ele seja saudável, forte, nunca pegue uma gripe, não tenha uma única cicatriz, seja inteligente, doce e sensível, ame e seja amado, e todos seus sonhos se tornem realidade.
Mas a vida é difícil.
A vida dói.
E sai do nosso controle.

E me dói ter que aceitar isso.
Se meu filho for gay, ele sofrerá preconceito.
Essa reação inútil e desvairada que leva algumas pessoas a atos que não consigo compreender.
Se meu filho for gay, ele vai sofrer.
Ele vai amar alguém que não o ama. Ele vai se apaixonar por alguém que tem medo. Ele ouvirá risadinhas e gracinhas. Ele terá relacionamentos que não o levarão a lugar nenhum, ele vai ter dificuldades em achar sua metade.
Se meu filho for gay, ele terá os mesmos problemas de um hetero.



sábado, 3 de setembro de 2011

Porquê os quase 30 são melhores que os 20 e poucos

I know i have a fickle heart and a bitterness
And a wandering eye and a heaviness in my head...

- Porquê não preciso mudar para agradar aos outros;
- Consigo ouvir lindas músicas de fossa sem ficar deprimida;
- Não preciso mudar a cor do cabelo toda semana para me sentir bonita;
- Cultivo meus amigos pelo que passamos, não pelo que esperamos passar;
- Sei exatamente o que me agrada: na cama, no prato, na música, no mundo;
- Vontade de piercings é algo que dá e passa mais rápido que se imagina;
- Tatuagens são pra sempre. Graças!;
- Aprendi a mudar de idéia e não me sentir auto-corrompida;
- Aceito estar errada e encaro isso como um crescimento, e não uma depreciação;
- Não tenho vergonha do ridículo... ou ao menos não tanta;
- Não sou melhor que ninguém. Também não sou pior;
- Aceitei: a vida não é do jeito que planejei, mas de outras formas é muito melhor que podia imaginar;
- Ficar sozinha é bom;
- Estar acompanhada de um só é incrível;
- Sou branca e tentar mudar isso só vai me causar um câncer de pele;
- Bons amigos me aceitam do jeito que sou;
- Não tenho medo de expôr minhas opiniões, e paciência se outros não gostam;
- Eu não sou uma boa pessoa. Tampouco sou má, e tá tudo bem no mundo;
- Posso não escrever tão incrivelmente como antes, mas a simplicidade é muito melhor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Como perder a dignidade em 3 simples passos

1. Vá beber cerveja com os amigos. Beba todas, claro;

2. Decida fazer sexo selvagem e barulhento dentro do carro, em frente a um salão de festas;

3. Estacione na entrada de casa. Esqueça a calcinha vermelha no banco do carona.

Parabéns. Você acabou de perder sua pouca dignidade perante a vizinhaça.

Baseado em fatos reais ocorridos com esta que lhes escreve.