quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Porque dá pra amar sem dizer

Quando o tempo na ampulheta acaba, sempre restam alguns grãos de areia na parte superior. É como se um restinho de tempo não quisesse correr. Claro que isso é apenas reflexo de alguma relação de estática e movimento no vidro.
Mas como meu ofício é escrever, e não entender leis de física, minha mente gira e voa pensando nos pequenos grãos agarrados ao vidro.


Nos meus poucos anos de vida, o tempo sempre foi bem generoso. Mas assim como a todos, a mim também pareceu que os momentos bons corriam como areia fina entre meus dedos, enquanto que as horas ruins me faziam crer que todos os relógios do mundo haviam quebrado.

Agora, sozinha nessa cama tão fria, os ponteiros e areias congelaram.
Mais tarde, quando minha pele encontrar os lábios dele nesses mesmos lençóis tão acolhedores, as horas vão voar…

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