quarta-feira, 27 de julho de 2011

Em algum momento em 2004...

... escrevia estas palavras. E olha só, quem diria, hein?

"Eu não sei a cor dos olhos do amor da minha vida. Mas sei que quando os vejo, vejo a mim mesma. O que sei é que os olhos dele têm um brilho diferente, um leve jeito cafajeste e carinhoso. 
Eu não sei como são os cabelos dele. Mas sei que ele não se importa que eu brinque com eles por horas, em silêncio, e esqueça até de conversar. Eu não sei qual o formato de suas mãos. Mas sei que são macias, e que com elas ele toca as minhas, assim, distraidamente, só para que eu saiba que ele está ali.
Eu não sei como é sua boca, se os lábios são finos ou carnudos. Mas sei que, quando a boca dele encosta a minha, derreto e sou toda dele. Eu não sei se o beijo dele é calmo ou daqueles cinematográficos, de tirar o fôlego. Mas sei que ele abre os olhos de vez em quando, e eu também, e aí sim, sei tudo o que ele pensa, tudo o que ele sente.
Eu jamais soube o que sei. Mas sempre soube o que não sei. Não sei se vou encontrá-lo. Não sei se ele irá me encontrar. Não sei se nos reconheceremos, não sei se seremos um.
Será que nosso beijo é assim, como eu em mim? Será que tuas mãos são assim, suaves só para mim? Será que seremos assim, tu em mim, eu só para ti, tu só para mim?
Será que sei? Será que saberei?"

Um comentário: